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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Intervenção Precoce

O conceito de Intervenção Precoce está longe de ser unívoco, mesmo tendo já passado mais de 30 anos sobre os primeiros programas que, nos EUA, adoptaram esta designação.
No entanto, ao longo dos anos houve uma grande evolução no que concerne aos conceitos e práticas em Intervenção Precoce. Nas primeiras abordagens, os pais não eram considerados elementos fundamentais, mesmo quando encorajados a desenvolver, em casa, actividades de ensino.
Foi Bronfenbrenner (1979), através da Teoria Ecológica, que veio alargar a perspectiva que existia sobre os modelos de intervenção, inserindo a família no contexto alargado da vizinhança, comunidade e sistema institucional, sendo as relações que se estabelecem entre todos estes sistemas cor-responsáveis no processo de desenvolvimento da criança. Assim, ficam de parte os modelos de avaliação/intervenção que tinham como objecto a criança isolada dos seus contextos.





O tipo de prática realizada em Intervenção Precoce depende da faixa etária abrangida pelos diferentes tipos de programa. De acordo com a legislação (Despacho conjunto 891/99) que regula este tipo de prática no nosso país, a Intervenção Precoce deverá abranger as crianças dos 0 aos 6 anos, preferencialmente dos 0 aos 3 anos. Existem ainda alguns programas que intervêm com a família no período pré-natal.
Existem duas formas de intervenção destes programas:

  • Prevenção: procurando actuar antes que surjam situações problemáticas, essencialmente em condições de risco (gravidez de risco, mães adolescentes, populações em desvantagem sócio-económica);

  • Remediação: intervindo numa situação problemática no sentido de evitar o seu agravamento, através da intervenção reabilitativa.
A Intervenção Precoce, de acordo com o que já foi dito anteriormente, compreende então:
  • Família;
  • Criança com alterações de desenvolvimento ou em risco (embora pertencente à família aparece separada para uma melhor compreensão da situação);
  • Serviços.
Considerando também que existem variáreis que influenciam estes componentes, como as características bio e sócio geográficas da família; forças, expectativas e necessidades; processos e estratégias de adaptação; redes sociais informais, etc./Factores de risco biológico (ex. tipo e grau de desenvolvimento ou risco, etc.); factores de risco psicossocial (ex. interacção pais-criança, etc.)/ Estrutura dos serviços; expectativas e valores; competências educacionais; competências de aconselhamento, etc.

 
São sete os objectivos de ordem geral que deverão estar sempre presentes na prestação de serviços, no âmbito da Intervenção Precoce:
  1. dar apoio às famílias no sentido de as ajudar a atingir os seus próprios objectivos;
  2. promover o envolvimento, a independência e a competência da criança;
  3. promover o desenvolvimento da criança em domínios chave;
  4. promover e apoiar a competência social da criança;
  5. promover a generalização das competências da criança;
  6. proporcionar à criança experiências de vida normalizantes;
  7. prevenir a emergência de problemas ou alterações futuras.
É também importante conhecer alguns parâmetros que devem estar subjacentes aos actuais programas:
  • integração - incluindo crianças com e sem deficiência;
  • abrangência - oferta diversificada de serviços integrados e abrangentes;
  • normalização - oferta de intervenção em diversos contextos;
  • adaptação - adopção de procedimentos flexíveis;
  • centrado na família enquanto sistema activo - construção de um currículo directamente relacionado com a criança, família e comunidade;
  • centrado nos resultados - enfoque em competências funcionais do desenvolvimento.

    Quanto mais cedo conseguirmos intervir com uma criança e diminuir os riscos de alterações no seu desenvolvimento, menos implicações  estas irão ter no seu futuro!

    Fontes:
    Pimentel, 1999
    Breia, Chaves de Almeida & Colôa, 2004 

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