A gaguez

Muitas são as questões colocadas em torno da gaguez, através deste post espero esclarecer algumas dúvidas!

A gaguez atinge pessoas de todo o mundo, de diferentes origens e culturas. Só em Portugal, afecta, actualmente, 100 000 de todas as idades, tem maior prevalência  no sexo masculino (3/4:1). Ainda que, até à data, não tenha sido encontrada uma cura para a gaguez, isto não significa que não podemos fazer nada e que temos de ficar de braços cruzados, são diversos os exercícios terapêuticos, realizados por técnicos especializados, que permitem melhorar significativamente a fala de crianças, jovens e adultos que gaguejam.

Das inúmeras investigações realizadas sobre a gaguez, ainda não se chegou a um consenso sobre o que causará realmente esta patologia. Contudo, as pesquisas apontam para a existência de uma predisposição genética para o desenvolvimento da gaguez, indicando que sensivelmente em cerca de 40% a 50% dos casos diagnosticados com gaguez, há familiares com esta patologia comunicativa. Por outro lado, a evidência de factores psicossociais responsáveis pela persistência e complicação da gaguez aponta-nos para um problema de etiologia multifactorial.

Intervenção Precoce

O conceito de Intervenção Precoce está longe de ser unívoco, mesmo tendo já passado mais de 30 anos sobre os primeiros programas que, nos EUA, adoptaram esta designação.

No entanto, ao longo dos anos houve uma grande evolução no que concerne aos conceitos e práticas em Intervenção Precoce. Nas primeiras abordagens, os pais não eram considerados elementos fundamentais, mesmo quando encorajados a desenvolver, em casa, actividades de ensino.

Foi Bronfenbrenner (1979), através da Teoria Ecológica, que veio alargar a perspectiva que existia sobre os modelos de intervenção, inserindo a família no contexto alargado da vizinhança, comunidade e sistema institucional, sendo as relações que se estabelecem entre todos estes sistemas cor-responsáveis no processo de desenvolvimento da criança. Assim, ficam de parte os modelos de avaliação/intervenção que tinham como objecto a criança isolada dos seus contextos.

O ABC da Terapia da Fala

Afasia - perturbação da linguagem resultante de uma lesão cerebral que compromete vários aspectos da comunicação, nomeadamente a expressão e a compreensão de material verbal oral, a leitura e a escrita;

Afonia - ausência de voz, por inexistência de movimentos vibratórios das pregas vocais quando se pretende falar. Pode ser episódica ou permanente;

Agrafia - perturbação adquirida da escrita (capacidade de programar o processo gráfico), secundária a lesão neurológica;

Alexia - perturbação adquirida da leitura, causada por uma lesão neurológica que pode ser definida como a incapacidade total ou parcial na compreensão de material escrito;

Atraso de Desenvolvimento da Linguagem (ADL) - aquisição mais lenta das competências normais da linguagem em relação ao esperado, para crianças da sua idade cronológica. A linguagem é quantitativa e qualitativamente diferente da de outras crianças da sua idade;

Disartria - perturbação da articulação resultante de lesão no sistema nervoso central ou periférico. Afecta também a respiração, deglutição e fonação;

Disfagia - perturbação da deglutição resultante de lesão neurológica;

Disfonia - toda e qualquer dificuldade ou alteração na emissão vocal que impede a produção natural da voz;

Dislexia - perturbação que se manifesta na dificuldade em aprender a ler e ler, apesar de o ensino ser convencional, a inteligência adequada, e as oportunidades sócio-culturais suficientes;

Disortografia - perturbação do desenvolvimento na utilização de processos ligados à produção da escrita. Conjunto de erros da escrita que afectam a palavra mas não no seu traçado ou grafia;

Gaguez - perturbação do ritmo e fluência normal da linguagem caracterizada essencialmente por repetições, alongamento de sons e sílabas e por interrupções no débito verbal bem como pela significativa variação destes sintomas em função das condições de interacção social;

Taquifémia - perturbação no ritmo e na fluência verbal com aceleração do débito;

Perturbação Articulatória - dificuldade na produção dos aspectos motores do discurso, ou uma incapacidade para produzir determinados sons do discurso. Uma perturbação articulatória acontece quando o padrão articulatório da criança, desviado fonemicamente do padrão normalmente aceite pela comunidade linguística adulta daquela língua, persiste além da idade esperada;

Perturbação Específica do Desenvolvimento da Linguagem (PEDL) - lentidão, limitação ou outra falha do desenvolvimento da linguagem em crianças que não evidenciam perturbações neurológicas ou psiquiátricas e em que as dificuldades na linguagem não são secundárias a uma surdez. Dificuldade de aprendizagem da linguagem, não aprendem facilmente e sem esforço.